Sentado na praia da Barra, o perdido – Pedro – tivera um surto de lembranças. Um caleidoscópio de imagens devolveu-lhe a perdida memória. Como se todos os grãos de areia decidissem passar ao mesmo tempo pela ampulheta, Pedro lembrou-se de uma única vez de cada fato importante de sua vida.
Mulher, filho, amante. Pais, avós, tios. Patrão, colegas do escritório, clientes. E sua imensa paixão pela água. Mar, rio, poças e, principalmente chuva...
Tudo muito insignificante agora...
Tentou ficar feliz por recuperar a memória. Sem sucesso.
Lembrou de cada momento em que se sentiu feliz e percebeu que eram muito poucos. Pedro não desejava a vida de que se lembrara. Por alguma estranha razão, preferia agora ter vivido na angústia de não saber quem era a não ser nada do que um dia sonhara ser.
Ideia!
O perdido seguiu sem rumo pela Avenida Oceânica.
FIM